A. PARTE TEÓRICA
1.3. flexão verbal
Estas conjugações têm, todavia, comportamentos morfológicos diferentes: por um lado, só a primeira conjugação está ativa (pois só esta admite a neologia...), e, por outro lado, todos os verbos irregulares pertencem à segunda [6] e à terceira conjugações.
Registe-se, a este propósito, que esta situação é historicamente motivada, pois que, já em latim, a primeira conjugação (tema em -a) era a mais produtiva, sendo que a transposição do sistema latino, composto por quatro conjugações, para um sistema de três conjugações, como ocorre com o português, afetou basicamente a segunda e a terceira conjugações. Ora, em português, a flexão verbal gera as chamadas formas simples [7] e opera em duas categorias morfossintáticas, a saber (i) tempo/modo/aspeto, que codifica morfologicamente a informação sobre o tempo, o modo e o aspeto, ao passo que (ii) pessoa/número codifica a concordância com o sujeito frásico.
De resto, os valores de tempo/modo/aspeto (TMA) repartem-se por dois grupos, sendo que o primeiro (9) é constituído por paradigmas que também flexionam em pessoa/número (PN) e o segundo (10) integra as chamadas formas nominais do verbo, i. e., não flexionadas:
Note-se, por fim, que o presente e o pretérito perfeito do indicativo não dispõem de sufixos distintos para TMA e para PN. Assim, o sufixo que ocorre nestes paradigmas constitui uma amálgama de tempo/modo/aspeto (TMA) e de pessoa/número (PN):
2. morfologia derivacional
2.2. processos que não envolvem adição de constituintes
3. composição
A composição consiste num processo morfológico de formação de palavras que recorre à associação de duas ou mais formas de base. De resto, em português, existem dois tipos frequentes de composição: (i) a composição morfológica e (ii) a composição morfossintática. Dito por outras palavras, (i), associa, regra geral, um radical a outro(s) radical(is) ou a uma ou mais palavras, sendo que, de um modo geral, entre os radicais (ou o radical) e a palavra associada ocorre uma vogal de ligação, enquanto (ii) associa duas ou mais palavras, sendo que a estrutura destes compostos depende da relação sintática e semântica entre os seus membros, o que
tem consequências para a forma como são flexionados em número.
[dicio]nário + enciclo[pédia] > [diciopédia]; [fran]cês + in[glês] > [franglês];
1.2. Faça o levantamento das palavras que contêm um interfixo.
2. Converta em derivação não-afixal as palavras fornecidas infra:
4. Identifique o processo irregular da formação do seguinte corpus:
1. morfologia flexional
No português europeu contemporâneo, torna-se necessário distinguir os conceitos de flexão nominal e de flexão verbal: os adjetivos e os nomes flexionam em número, ao passo que os verbos flexionam em tempo/modo/aspeto (TMA) e pessoa/número (PN).
1.1. flexão nominal e (1.2.) flexão do adjetivo
A flexão nominal abrange os nomes e os adjetivos, realizando uma categoria morfossintática (número), que possui dois valores possíveis, a saber (a) o singular e (b) o plural.
Ora, tendo em conta que a flexão é, por definição, obrigatória e sistemática, poder-se-ia esperar que todos os nomes e todos adjetivos dessem conta do contraste do número (singular/plural).
Contudo, a observação dos dados disponíveis mostra que a realidade deve ser um tanto ou quanto matizada, pois que se verifica que a maioria dos nomes e dos adjetivos apresentam uma forma para o singular e uma outra para o plural, ao mesmo tempo que o contraste é realizado pela ausência ou presença de um sufixo único, o que significa que, no singular, as flexões nominal e adjetival operam, por assim dizer, no vazio. Dito por outras palavras, não existe nenhum sufixo para o valor singular, razão pela qual, aliás, se admite que esse valor numérico seja assumido por defeito, sendo que o plural dispõe de um sufixo próprio [-s].
Mas não só. Os dados existentes mostram, também, que existem nomes que possuem uma flexão defetiva e nomes e adjetivos que, aparentemente, não realizam a
flexão em número de forma esperada, i.
e, por recurso ao sufixo [-s]. No que toca a defetividade, ela pode,
com efeito, afetar:
(i) a forma do singular. Ex: anais; lápis; calças; alvíssaras.
(ii) a forma do plural. Ex.: André; Carla. [1]
(iii) as duas formas [2].
Ex.: óculo/ óculos; féria/ férias; costa/ costas.
Por seu
turno, o género constitui uma
categoria morfossintática que possui dois valores: (1) o masculino e (2) o feminino.
Relativamente ao primeiro valor (masculino) e quando associado a um
nome animado [+ hum], o nome
masculino designa, em geral, uma entidade do sexo masculino [3],
ao passo que o segundo valor (feminino) refere uma entidade do
sexo feminino:
(1)
|
menino
pintor [-]
mudo
|
(2)
|
menina
pintora
muda
|
Deve
ter-se, todavia, em conta que, da generalização efetuada supra, ficam, obviamente, excluídos os chamados nomes (3) epicenos e (4) os sobrecomuns, que, como sabemos, dispõem apenas de
um único valor de género, qualquer que seja o sexo da entidade a que se
referem:
(3)
|
águia
cobra
corvo
|
(4)
|
vítima
testemunha
cônjuge
|
Registe-se,
em guisa de parênteses, que se verifica a existência, ainda, de nomes animados [+ anim] [4], classificados
como comuns
de dois, cuja forma morfológica é, de certo modo, ambíguo quanto ao género,
não obstante essa ambiguidade ser, regra geral, resolvida pelo contexto
sintático (5):
(5)
|
artista
jornalista
agente
|
Contrariamente
ao que se verifica com a atribuição do número, nem todos os adjetivos e nomes
admitem contraste de género, como, de resto, se pode verificar pelos exemplos (6) que se seguem:
(6)
|
ruim
breve
simples
|
Aliás,
mesmo nos casos em que se verifica o contraste de género, a sua realização não
é de todo homogénea, conforme se prova em (7):
(7a)
(7b)
(7c)
(7d)
(7e)
(7f)
|
menino menina
freguês
freguesa
espertalhão
espertalhona
conde condessa
corvo-macho corvo-fêmea
zângão abelha
|
Assim, a inexistência de obrigatoriedade de contraste de género e o facto de a sua realização ficar a cargo, quer de processos estritamente lexicais, como por exemplo, (i) o contraste de índices temáticos (7a-b) ou (ii) o contraste de diferentes palavras (7f), quer de processos morfológicos, como por exemplo, (iii) a derivação (7c-d) e a composição (7e), colocam em causa a classificação que as gramáticas tradicionais consagraram, pois os morfemas de género dos adjetivos e dos nomes não têm, em boa verdade, qualquer tipo de relação com o género (nem, tampouco, com a flexão), mas, antes, com a classe temática a que cada palavra pertence [5].
1.3. flexão verbal
Em boa
verdade, e para simplificar, note-se que a flexão verbal do português
contemporâneo é sensível à conjugação
a que pertence. De resto, as três conjugações são habitualmente identificadas a
partir da forma do infinitivo, em que a vogal temática (VT) está sempre presente:
Registe-se, a este propósito, que esta situação é historicamente motivada, pois que, já em latim, a primeira conjugação (tema em -a) era a mais produtiva, sendo que a transposição do sistema latino, composto por quatro conjugações, para um sistema de três conjugações, como ocorre com o português, afetou basicamente a segunda e a terceira conjugações. Ora, em português, a flexão verbal gera as chamadas formas simples [7] e opera em duas categorias morfossintáticas, a saber (i) tempo/modo/aspeto, que codifica morfologicamente a informação sobre o tempo, o modo e o aspeto, ao passo que (ii) pessoa/número codifica a concordância com o sujeito frásico.
De resto, os valores de tempo/modo/aspeto (TMA) repartem-se por dois grupos, sendo que o primeiro (9) é constituído por paradigmas que também flexionam em pessoa/número (PN) e o segundo (10) integra as chamadas formas nominais do verbo, i. e., não flexionadas:
(9)
|
Presente
do indicativo
Pretérito
imperfeito do indicativo
Pretérito
perfeito do indicativo
Pretérito
mais-que-perfeito do indicativo
Futuro do
indicativo
Presente
do conjuntivo
Futuro do
conjuntivo
Pretérito
imperfeito do conjuntivo
Futuro do
pretérito [
Imperativo
– forma afirmativa
Imperativo
– forma negativa
Infinitivo
flexionado
|
(10)
|
Infinitivo
Gerúndio
Particípio
passado
|
Assim, e em guisa de resumo,
poder-se-á afirmar que os sufixos de tempo/modo/aspeto, identificáveis na flexão verbal do português, são os
seguintes:
Por outro
lado, os sufixos de pessoa/número que se associam aos sufixos de TMA [tempo/modo/aspeto] identificados supra (à exceção do infinitivo, do gerúndio e
do particípio) são os seguintes:
Note-se, por fim, que o presente e o pretérito perfeito do indicativo não dispõem de sufixos distintos para TMA e para PN. Assim, o sufixo que ocorre nestes paradigmas constitui uma amálgama de tempo/modo/aspeto (TMA) e de pessoa/número (PN):
2. morfologia derivacional
A morfologia derivacional compreende
dois processos fundamentais, a saber, (i) os que envolvem adição de
constituintes e (ii) os que não envolvem adição de constituintes, sendo que (i)
envolve os afixos (i. e.
prefixos, interfixos e sufixos), ao
passo que (ii) engloba os processos de conversão
e de derivação não-afixal, conforme o
esquema seguinte dá conta [10]:
2.1. processos que implicam adição de constituintes (afixação)
Conforme se pode observar no quadro
sinóptico supra, a adição de
constituintes morfológicos (afixação)
consiste num processo que consiste na associação de um afixo a uma forma de base. Ora, como existem vários tipos de afixos,
também existem vários tipos de afixação,
destacando-se, nesta matéria, a prefixação
e a sufixação [11].
Sem prejuízo do que acaba de se afirmar,
deve ter-se em conta que, em português, os afixos
se subdividem em prefixos, sufixos e interfixos, consoante a posição que ocupam na estrutura da palavra.
Significa isto que:
. a prefixação consiste na associação de um elemento (prefixo) à esquerda da forma de base;
. a sufixação se define pela associação de um elemento (sufixo) à direita da forma de base;
. a parassíntese se caracteriza pela associação simultânea de um prefixo e um sufixo a uma forma de base.
cujos processos são, seguidamente, exemplificados:
. a sufixação se define pela associação de um elemento (sufixo) à direita da forma de base;
. a parassíntese se caracteriza pela associação simultânea de um prefixo e um sufixo a uma forma de base.
cujos processos são, seguidamente, exemplificados:
2.2. processos que não envolvem adição de constituintes
Este processo de formação de palavras
engloba (i) a conversão [12]
e (ii)
a derivação não-afixal, sendo que (i)
procede à integração de uma dada unidade lexical numa nova classe de palavras,
sem que se verifique qualquer alteração formal, enquanto (ii) consiste num processo
(de formação de palavras) que gera nomes
deverbais, acrescentando marcas de
flexão nominal a um radical verbal.
Assim, os processos que, sucintamente, se
acabam de descrever podem ser ilustrados como se segue:
3. composição
A exemplo do que se procedeu para os
processos anteriores, a composição morfológica e a morfossintática podem ser observados nos quadros infra:
4. processos irregulares de formação de palavras [16]
Esta rubrica, em rigor, pertence à lexicologia (cf. Dicionário Terminológico, designadamente B.5.), disciplina da linguística que estuda o conjunto de palavras possíveis e
de recursos disponíveis numa língua para a formação de palavras, bem
como a forma como estas se relacionam entre si. De resto, os processos aqui considerados constituem formas de enriquecimento lexical
4.1.
empréstimo interno [extensão semântica]
Processo
através do qual uma palavra existente adquire um novo significado. Assim, o empréstimo interno, noção muito próxima da de extensão semântica, é, por conseguinte, aquele que ocorre no interior de uma mesma língua, designadamente, entre falares locais e/ou regionais, em resultado, como é óbvio, das variações dialetais, socioletais, tecnoletais e outros, ou, dito noutros termos, prende-se com a passagem de uma determinada palavra de um registo para outro inteiramente diferente.
Ex.: portal; gravar; janela; rato; ambiente de trabalho; etc.
4.2.
empréstimo [externo]
Processo de
transferência de uma palavra de uma língua para outra. Neste caso, falar-se-á de anglicismos, de galicismos, de hispanismos, de latinismos, de italianismos, etc. De realçar que os empréstimos podem ser (i) necessários quando preenchem uma lacuna conceptual da língua-alvo ou quando respondem positivamente a uma realidade não contemplada num estado anterior da língua (cf. jazz, hamburguer, bullying, etc.) ou (ii) supérfluos [de luxo, segundo Vilela (1994)] quando decalcam conteúdos nocionais para os quais a língua importadora possui termos para os referir, sendo que, neste último caso prevalece o prestígio que a língua exportadora possui (cf. marketing / comercialização; lingerie / roupa interior; moraleja / moralidade; etc.).
Ex.: week-end; fait-divers; salero; idem; pizza; etc.
Ex.: week-end; fait-divers; salero; idem; pizza; etc.
4.3.
amálgama
Processo
que consiste na criação de uma palavra a partir da junção de partes de duas ou
mais palavras.
Ex.: [infor]mação + auto[mática] >[informática]; [ciber]nética + astro[nauta] > [cibernauta];[dicio]nário + enciclo[pédia] > [diciopédia]; [fran]cês + in[glês] > [franglês];
[portu]guês + espa[nhol] > [portunhol]; [cali]grafia + ideo[grama] > [caligrama];
[tele]fone + [móvel] > [telemóvel].
[tele]fone + [móvel] > [telemóvel].
4.4. siglação
Palavra
formada através da redução de um grupo de palavras às suas iniciais, as quais
são pronunciadas de acordo com a designação de cada lexema. Assim, a abreviatura do nome como processo de economia linguística efetua-se exclusivamente através das iniciais, mas sem constituição silábica.
Ex.: BI: Bilhete de Identidade; PSP: Polícia de Segurança Pública; BD: Banda desenhada;
CPLP: Comunidade de Países de Língua Portuguesa; IP: Itinerário Principal; etc.
Ex.: BI: Bilhete de Identidade; PSP: Polícia de Segurança Pública; BD: Banda desenhada;
CPLP: Comunidade de Países de Língua Portuguesa; IP: Itinerário Principal; etc.
4.5.
acronímia
Palavra
formada através da junção de letras ou sílabas iniciais de um grupo de
palavras, que se pronuncia como uma palavra só, respeitando, na generalidade, a
estrutura silábica da língua. Significa isto que, ao contrário da siglação, a acronímia encerra já um certo grau de lexicalização.
Ex.: IVA: Imposto de Valor Acrescentado; ONU: Organização das Nações Unidas;
SIDA: Síndroma da Imunodeficiência adquirida; etc.
SIDA: Síndroma da Imunodeficiência adquirida; etc.
4.6.
onomatopeia
Palavra
criada por imitação de um som natural e que se distingue da simples reprodução por constituir uma imitação aproximada levada a cabo pelo sistema fonológico de cada língua.
Ex.: atchim; pum!; puf!; tique-taque; pingue-pongue; etc.
Ex.: atchim; pum!; puf!; tique-taque; pingue-pongue; etc.
4.7.
truncação [abreviação popular]
Processo que
consiste na criação de uma palavra a partir do apagamento de parte da palavra
de que deriva a palavra resultante da truncação.
Ex.: Jo[sé] > [Zé]; [hiper]mercado > [hiper]; metro[politano] > metro;
[otorrino]laringologista > otorrino; [cinema]tografia > [cine]ma > ciné; etc.
[otorrino]laringologista > otorrino; [cinema]tografia > [cine]ma > ciné; etc.
4.8.reduplicação
A reduplicação, processo conhecido também como duplicação silábica, consiste, segundo Bechara (1999: 371), na repetição de vogal ou consoante, acompanhada quase sempre de alternância vocálica, para, desse modo, formar uma palavra imitativa. De resto, a reduplicação encontra-se intimamente associada à linguagem hipocorística, ou seja, aos vocábulos intencionalmente investidos de uma grande carga afetiva.
Ex.: bebé; papá; mamã; ó-ó; ti-ti; papa; dói-dói; vovô; zé-zé; né-né; etc.
Ex.: bebé; papá; mamã; ó-ó; ti-ti; papa; dói-dói; vovô; zé-zé; né-né; etc.
B. PARTE PRÁTICA
1.
Distribua o corpus abaixo:
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amoral; amanhecer; anoitecer;
aparafusar; beirão; cafeteira; carteiro; chaleira; chuvoso; contratempo; desagradável;
desfazer; desigual; desleal; despropósito; endoidecer; engordar;
inoperacional; florista; partida; paulada; percurso; repatriar; saltitar; semicírculo;
tardio; triângulo; ultrapassar.
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2. Converta em derivação não-afixal as palavras fornecidas infra:
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afagar; abalar; ajudar; alcançar; amparar; aparar; apelar; atacar; caçar; chorar; comprar; cortar; debater; debulhar; denunciar; embarcar; enlaçar; errar; pescar; recuar; resgatar; sobrar; sustentar; regar; tocar; trocar; vender.
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
3. Recategorize as palavras abaixo, segundo as instruções fornecidas:
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
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4. Identifique o processo irregular da formação do seguinte corpus:
BANIF; caligrama; cine; cinema; croissant;
diciopédia; expo; euro; foto; FNAC; franglês; informática; infra; lingerie; metro;
nim; online; papa; portunhol; pneu; PSP; PT; SIDA; soutien; TDC; telemóvel; TIC;
titi; UNESCO.
|
[1] Claro que o nome próprio pode ser flexionado, como por exemplo, os Andrades, [a dinastia d]os Filipes, mas a pluralização implica a perda do seu significado típico: entendida como única, portadora de um conjunto de propriedades de um indivíduo e, por isso, reunida no traço semântico [+ unicidade].
[2] Note-se que a forma do singular e a do plural encerram significados distintos.
[3] Cf. propriedades dos afixos derivacionais.
[4] Seja dito de passagem que os nomes não animados [– hum] têm um valor de género indefinido.
[5] Daí que muitos autores defendam que o género não é uma categoria flexional do português, mas antes um processo derivacional…
[6] Refira-se que o verbo pôr (e os seus compostos) se integra, por razões etimológicas, na segunda conjugação…
[7] As formas compostas são consideradas construções sintáticas.
[8] À flexão da segunda pessoa do singular do futuro do conjuntivo e do infinitivo flexionado está associada a introdução de um [e] epentético
[2] Note-se que a forma do singular e a do plural encerram significados distintos.
[3] Cf. propriedades dos afixos derivacionais.
[4] Seja dito de passagem que os nomes não animados [– hum] têm um valor de género indefinido.
[5] Daí que muitos autores defendam que o género não é uma categoria flexional do português, mas antes um processo derivacional…
[6] Refira-se que o verbo pôr (e os seus compostos) se integra, por razões etimológicas, na segunda conjugação…
[7] As formas compostas são consideradas construções sintáticas.
[8] À flexão da segunda pessoa do singular do futuro do conjuntivo e do infinitivo flexionado está associada a introdução de um [e] epentético
[9] Este sufixo ocorre como – des nos paradigmas do futuro do conjuntivo e do infinitivo flexionado, assim como em formas tais que credes, ledes, vedes. Nas restantes formas, a consoante /d/ é suprimida, o que provoca a elevação e a semivocalização da vogal seguinte, que são objeto de sinérese (cf. falades > falais; batedes > bateis, etc.).
[10] Que pretende resumir a totalidade do assunto em questão http://dt.dgidc.min-edu.pt/.
[11] Refira-se que a flexão também constitui um processo morfológico realizado por afixação.
[12] Refira-se que a gramática tradicional classifica este processo como derivação imprópria.
[13] Em rigor, a composição morfológica pode integrar estruturas de (a) coordenação, se os radicais da palavra composta apresentam um estatuto idêntico, contribuindo de igual modo para a interpretação semântica da palavra, como por exemplo socioeconómica, em que o contraste de género e a flexão em número ocorre no final da palavra ou de (b) subordinação, se o radical que se apresenta à esquerda modifica semanticamente o da direita, existindo, neste caso, uma forte dependência semântica entre os dois radicais (alguns destes radicais ligam-se por uma vogal de ligação, /i/ ou /o/, podendo ocorrer um hífen entre eles, como por exemplo, fotografia, lusodescendente, pedagogia, afroamericano).
[14] Por seu turno, a composição morfossintática pode ser subdividida em estruturas de (a) coordenação, quando integra palavras com estatuto idêntico, pelo que estas contribuem de igual modo para a interpretação semântica do composto (de resto, a coordenação associa particularmente nomes, podendo também incluir alguns adjetivos, como por exemplo, ator-encenador, surdo-mudo, sendo que a flexão ocorre nos dois elementos do composto); (b) estruturas de subordinação, quando integra única e exclusivamente nomes, sendo que o nome da esquerda é considerado o núcleo e o da direita o modificador (nestes casos, a flexão ocorre no primeiro constituinte, como por exemplo, em bombas-relógio, pelo que os constituintes não apresentam um estatuto semântico idêntico e o valor semântico do nome à esquerda é modificado pelo valor semântico do nome da direita) e (c) estruturas de reanálise, quando o composto combina uma forma verbal flexionada na terceira pessoa do singular do presente do indicativo e uma forma nominal, sendo que a flexão ocorre no segundo constituinte, como por exemplo, em guarda-chuva > guarda-chuvas.
[15] A reduplicação – um processo irregular de formação de palavras (cf. ponto 4.) – muito característica, de resto, da linguagem hipocorística, pode ser considerada um caso particular da composição morfossintática. Ex.: dói-dói; pó-pó; pipi; tó-tó; vovozinha; etc.
[16] Rubrica pertencente à Lexicologia. Cf. http://dt.dgidc.min-edu.pt/ [B. 5. 3.].
[17] in Fernando Pessoa.
[18] Por razões de espaço, faculta-se apenas uma amostra de cada recategorização (conversão).
[13] Em rigor, a composição morfológica pode integrar estruturas de (a) coordenação, se os radicais da palavra composta apresentam um estatuto idêntico, contribuindo de igual modo para a interpretação semântica da palavra, como por exemplo socioeconómica, em que o contraste de género e a flexão em número ocorre no final da palavra ou de (b) subordinação, se o radical que se apresenta à esquerda modifica semanticamente o da direita, existindo, neste caso, uma forte dependência semântica entre os dois radicais (alguns destes radicais ligam-se por uma vogal de ligação, /i/ ou /o/, podendo ocorrer um hífen entre eles, como por exemplo, fotografia, lusodescendente, pedagogia, afroamericano).
[14] Por seu turno, a composição morfossintática pode ser subdividida em estruturas de (a) coordenação, quando integra palavras com estatuto idêntico, pelo que estas contribuem de igual modo para a interpretação semântica do composto (de resto, a coordenação associa particularmente nomes, podendo também incluir alguns adjetivos, como por exemplo, ator-encenador, surdo-mudo, sendo que a flexão ocorre nos dois elementos do composto); (b) estruturas de subordinação, quando integra única e exclusivamente nomes, sendo que o nome da esquerda é considerado o núcleo e o da direita o modificador (nestes casos, a flexão ocorre no primeiro constituinte, como por exemplo, em bombas-relógio, pelo que os constituintes não apresentam um estatuto semântico idêntico e o valor semântico do nome à esquerda é modificado pelo valor semântico do nome da direita) e (c) estruturas de reanálise, quando o composto combina uma forma verbal flexionada na terceira pessoa do singular do presente do indicativo e uma forma nominal, sendo que a flexão ocorre no segundo constituinte, como por exemplo, em guarda-chuva > guarda-chuvas.
[15] A reduplicação – um processo irregular de formação de palavras (cf. ponto 4.) – muito característica, de resto, da linguagem hipocorística, pode ser considerada um caso particular da composição morfossintática. Ex.: dói-dói; pó-pó; pipi; tó-tó; vovozinha; etc.
[16] Rubrica pertencente à Lexicologia. Cf. http://dt.dgidc.min-edu.pt/ [B. 5. 3.].
[17] in Fernando Pessoa.
[18] Por razões de espaço, faculta-se apenas uma amostra de cada recategorização (conversão).
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