as festas das horas marcadas são tristes
as festas são tristes porque são marcadas
se não fossem marcadas não seriam tristes
que as outras as que não são tristes não constam
dos vetustos mapas
nem das velhas taxonomias
nem dos calendários tristes e vazios
mas da crosta terrestre ou do córtex das árvores
ora eu amo as coisas fora do tempo
e das tristes convenções
as rotas sem terra à vista
nem sinal de atracar
as vertiginosas vagas de mar a mar
em risco de arritmia
e de tempestuosa convulsão
o voo picado obtuso da ave
sem plano de evacuação
sem vã esperança
sem mais nada
a não ser a alegria de voar
o natal por exemplo denuncia apoplético
os tresloucados caprichos dos hemisférios
as cores frias de belém
e as quentes de nazaré
e as assim-assim
que o natal se serve ao acaso
de forma gratuita imprevista
em doses homeopáticas
sem grandes golpes de rins
nem pequenos cálculos renatais
o natal é solar que o vaso
a horta banha de cordas simpáticas
diletantes
acidentais
as festas são tristes porque são marcadas
se não fossem marcadas não seriam tristes
que as outras as que não são tristes não constam
dos vetustos mapas
nem das velhas taxonomias
nem dos calendários tristes e vazios
mas da crosta terrestre ou do córtex das árvores
ora eu amo as coisas fora do tempo
e das tristes convenções
as rotas sem terra à vista
nem sinal de atracar
as vertiginosas vagas de mar a mar
em risco de arritmia
e de tempestuosa convulsão
o voo picado obtuso da ave
sem plano de evacuação
sem vã esperança
sem mais nada
a não ser a alegria de voar
o natal por exemplo denuncia apoplético
os tresloucados caprichos dos hemisférios
as cores frias de belém
e as quentes de nazaré
e as assim-assim
que o natal se serve ao acaso
de forma gratuita imprevista
em doses homeopáticas
sem grandes golpes de rins
o natal é solar que o vaso
a horta banha de cordas simpáticas
diletantes
acidentais
© Manuel Fontão
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